Delta Tejo festival no Alto da Ajuda

Na última sexta-feira (20 Julho) fui ao festival Delta Tejo. Os cabeças de cartaz, eram Mutantes, André Sardé, Papas da Língua e por fim, Daniela Mercury. Antes e durante estes, houve mais umas quantas bandas, no palco alternativo, e uma que abriu o festival, mas que nunca tinha ouvido falar e portanto, resolvi ir mais tarde. As razões que me levaram a ir foi: nunca ter ouvido cantar/tocar ao vivo André Sardé- tinha curiosidade, idem para os Papas da Língua (a banda brasileira sensação do momento em Portugal) e não ouvir a Daniela Mercury há já algum tempo, queria saber como é que ela está, como está sendo desenvolvido o seu projecto musical, etc...

Quando chegámos, pensei fintar 2 bandas que não me interessavam por desconhecer acerca, mas por azar, os espectáculos estavam atrasados 1/2 hora, donde assisti aos Mutantes. Que coisa mais desengonçada e sem ver com nada. Os músicos em palco eram mais que as próprias mães. O vocalista principal, descobri no fim, que afinal era uma mulher, eram completamente heterógeneos entre eles. Cada um com o seu estilo, uns cantavam esganiçados, outros não tocavam, porra de intrumento nenhum (desculpem a expressão). A única atracção era uma menina de cabelos compridos loiros, que fazia de coiro, e com um instrumento estranho na mão.

Pareciam que estavam a fazer um ensaio de garagem, e mais: pareciam que tocavam só entre eles, sempre a fazer a bela da ode ao Brasil ("somos brasileiros maravilhos, bla bla bla") . Como é possível convidarem bandas com este "gabarito" para os festivais portugueses e ainda por cima em palco principal? Como se atrevem? Não temos se calhar muitas bandas a precisar de divulgação e com gente talentosa?? Acho que já é tempo, de darmos valor aos nossos artistas e não passar a vida a bajular, quem sem talento, a única diferença engraçada é a pronúncia ou a sua alegria.

Quanto ao André Sardenhas, devo dizer que adorei o artista em questão, para além de ser um artista com uma voz talentosíssima, é uma simpatia de pessoa em palco. A forma carinhosa como trata o público nunca tinha visto em artista Português nenhum. Vê-se que o que faz é com muito prazer e para nós também. Embora, a título pessoal não goste por aí além das músicas (melodias), enfim do seu estilo musical, porque as letras, essas sim, são de uma boa qualidade. É de tal maneira atencioso, que quando lhe foram pedir autógrafos, ele é que dava a sua própria fotografia, com um autógrafo personalizado.

Os Papas da Língua apareceram devido à banda sonora da novela que já acabou a semana passada: Páginas da Vida. Já cá tocaram 3 vezes em Portugal, desde que se tornaram por nós conhecidos, ou seja, em Janeiro deste ano, mas já têm uma carreira musical de 13 anos. O seu estilo é reggae, muito bom, excelent! Ele tem uma voz arranhada e rouca, e as músicas são sempre com uma mensagem de esperança e optimismo. Muito bons. Vale a pena conhecer o trabalho, para quem gosta de reggae. De qualquer forma, deixo-vos aqui uma música que não é dessa área, mas que faz parte do último álbum. É uma balada. Chama-se:"Eu sei...".

Quando à nossa querida Daniela, já há algum tempo que não nos dava o prazer da sua presença e da sua alegria. Continua com a mesma força de sempre! Cantou algumas conhecidas, e poucas menos conhecidas.

Falando agora brevemente sobre o recinto: embora tenham querido imitar o Rock In Rio, mas a uma escala mais pequena, o recinto não tem condições para o evento. O festival foi ao lado do Polo da Universidade Técnica no Alto da Ajuda, e embora haja muito estaccionamento à volta, ao contrário do RIR, o recinto em si, é uma área muito íngreme, com o chão em muito mau estado, com pedragulhos soltos na rampa de acesso e mesmo lá dentro. Se para pessoas como nós, já é difícil não torcer um pé, para quem tem dificuldades em se locomover, ou quem empurra carrinhos de bebé, é melhor não ir lá. Por acaso encontráms carrinhos de bebé pelo caminho, e com bastante dificuldade em percorrer o acesso.